segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quase 25



A vida antes dos 25 estava tão boa. O emprego era dos sonhos, mas com as realidades inevitáveis. O salário era baixo, mas dava para viver. Na conta, um amor gostoso, daqueles que você acha que nunca vai acontecer.

Até que tudo começou a desmoronar. Não sei bem quando e como foi, mas foi aos poucos, sem que eu pudesse perceber. A paranoia – sempre ela – começa a corroer devagarinho, até que quando você se toca, ela já tomou conta do peito.

Será que o trabalho é bom mesmo? Será que é isso que eu quero? Será que o amor é mesmo para a vida inteira? Ou será que é uma ilusão?

O sentimento no peito, aquela angústia ruim (existe boa?), faz com que a gente comece a repensar o que vale a pena. Vale a pena continuar só porque “parece certo?”. Ou é melhor se arriscar e tentar algo novo?

O cômodo é tão bom. Até que fica ruim.

E quando fica ruim a gente não sabe o que fazer. Porque largar o que está funcionando (será?)? Ou porque continuar insistindo no que um dia foi bom, mas agora nem tanto?

Existem fases. E todas elas têm a sua beleza. As tensas são as que mais nos ensinam. Mas eu não queria aprender agora. Eu só queria viver um pouquinho mais o que era bom.

Mas já que não me foi permitido, vou tentar encarar de frente tudo isso. Não tem muito que fazer. Nunca fui de “give in to the blues”. É importante ficar triste às vezes, mas não dá para se acomodar com a tristeza. Mesmo porque até ela fica boa quando fica cômoda. E, convenhamos, tristeza nenhuma é coisa boa.

Eu só espero paciência dos que estão à minha volta. Sabe quando você sabe que está sendo uma pessoa difícil? E mesmo assim não consegue melhorar?

Eu sei que estou difícil. Eu sei que é complicado continuar ao meu lado. Eu sei.

E dói saber que estou incomodando. Logo eu, que sempre escolho a poltrona do corredor no ônibus só para não incomodar o passageiro ao lado quando quiser levantar para ir ao banheiro. Logo eu que odeio, com todas as forças, incomodar. Logo eu estou um saco.

Mas eu me aguentaria. Assim como eu aguento (não sei se é bem essa palavra, mas enfim) aqueles que amo e que estão passando por uma barra também. Eu só espero que tenham a mesma compaixão, amor e paciência comigo. Se não, paciência.

Falta menos de um mês para o meu aniversário. Alguns diriam que isso tudo é culpa do inferno astral. Pode até ser, sabe? É bom pensar nisso. Significa que depois do dia 18 de outubro, depois dos 25, tudo volta a ser bom de novo.

Mas que besteira, né?

Não existe essa bobagem de inferno astral.

(mas eu vou ficar melhor, eu prometo isso a mim mesmo).


terça-feira, 26 de junho de 2012

Eu percebi o amor na falta.

Eu percebi o amor na falta.

Eu já sabia que amava. Sabia há muito tempo, inclusive. Mas só fui me dar conta da magnitude do sentimento quando ele me faltou. A distância que opõe países e continentes fez com que tudo ficasse um pouco sem graça. Que as descobertas, embora excitantes e divertidas, trouxessem também uma certa melancolia. Faltava alguém para dividir. Não um alguém qualquer, um amigo, um parente. Aquele alguém.

Sem ele, os dias passaram arrastados. As horas pesavam os minutos, que, pobrezinhos, descontavam nos segundos. No fim, o relógio virava tortura. E, na sensação ruim carregada no peito, vinha também a certeza de que algo bom existia ali. Era amor. Amor que machucava, mas só porque estávamos longe. Amor que dilacerava porque nós somos melhores perto um do outro. Amor que me faz acreditar que eu nasci para alguma coisa, que eu nasci para alguém.

Amor que me faz feliz ao saber que em breve estaremos juntos de novo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Milagre de Natal

A gente já estava chamando a atenção do supermercado inteiro com aquela barulheira toda. Pudera. Em seis, com a ansiedade gritando por estarmos fazendo nossa primeira compra para casa, era difícil não ser alvo dos olhares assustados de senhores e senhoras que enchiam o carrinho de uvas passas e bolos de Natal.

Faltavam poucos dias. Acho que uns cinco ou seis. O suficiente para nos animar mais ainda.

Primeiro Natal com neve.

Pena que não foi assim. Nem tudo foi do jeito que a gente planejou naquela viagem. A começar pelo dinheiro.

- Leva mil dólares, dá fácil para um mês lá. Aí você arranja um emprego - fácil também - e começa a se manter.

Até parece. Mas estávamos indo. Cada um dando seu jeito, apertando onde podia, deixando de beber uma ou outra cervejinha no fim da tarde, depois de bater perna o dia todo atrás de oportunidades. Àquele momento, tudo já estava encaminhado. Alguns ainda não tinham recebido o primeiro salário, outros nem haviam começado, mas era questão de tempo.

Ali, no mercado, iam-se embora mais alguns pares de dólar. Tudo bem, estava todo mundo sonhando com aquele momento. Parecia um milagre que tudo tinha dado certo, no fim das contas. A casa estava alugada (era para seis, moravam 12), a cerveja já estava na geladeira (curiosamente, no posto era mais barato) e até a lareira tinha sido acesa horas antes (coisa de brasileiro). Faltava só pagar a conta.

Dividindo por seis, deu pouco mais de 10 paus pra cada. Nada, nada, era uma grana pra gente. Mas tinha ir. Um a um, jogamos as notas e moeda no caixa, enquanto a moça simpática ia contando tudo.

- Faltam 12 dólares. Sorriu.

- Calma, gente, acho que tenho aqui, tô contando minha parte.

Lorena já se desesperou, falando em português com a atendente que fez cara de paisagem. Faltava só ela pagar.

A senhora atrás olhava curiosa. Esbocei um "I'm sorry". Pavor de achar que estou sempre atrapalhando. De moedinha em moedinha, Lorena conseguiu. Juntou com suor os 12 dólares e entregou para a moça que ainda mantinha o sorriso. A senhora continuava olhando.

Na porta da saída, Lorena quase chorou. Tava difícil, não era praquilo que tínhamos viajado tão longe. Todo mundo se abraçou. Era brega, mas era só a gente. Ela resolveu ligar para casa, a saudade bate mais forte nessas horas.

Papo vai, papo vem, a gente sentado brincando com a neve que estava no chão, esperando. De frente ao telefone público dava pra ver a senhora que estava atrás na fila vindo em nossa direção. Xiiii, lá vem bronca.

Ela passa pela gente sem falar nada, mas vira para Lorena. Ignora que ela está com o fone em uma das mãos e segura na outra. Aperta com força, diz alguma coisa que ninguém consegue entender. Do outro lado da linha a mãe grita mais alto, achando que a ligação caiu. A filha, ainda atônita, com uma nota de cinquenta dólares na mão só consegue responder, enquanto os flocos brancos começam a cair novamente:

- Acabei de ter um milagre de Natal.

domingo, 16 de maio de 2010

New direction

Acho que é hora de dar uma nova cara pra isso aqui.

quinta-feira, 11 de março de 2010

E eu repeti um erro. Não é completamente igual da última vez, mas existe muita semelhança nos casos. A intensidade do sentimento é diferente, mas as dificuldades são quase as mesmas. A questão é que as pessoas são diferentes, graças a Deus.

Da última vez, o maior erro foi meu. Sou humilde o bastante pra admitir isso, de verdade. Eu poderia ter feito diferentes, mas não fiz. Errei e aprendi com isso.

Agora, o erro não está sendo meu. Por mais que eu peça desculpas, que eu tente transformar ele em meu só pra acabar com isso de uma vez (esse é um defeito terrível que eu tenho), eu já percebi que o erro não é meu. Então eu vou sentar e esperar. O que eu mais quero no mundo é que as coisas se resolvam e que, no fim, tudo dê certo. O fim pode ser semana que vem, ano que vem, que seja. Mas espero que dê certo.

Por enquanto eu apenas espero, mas não sei até quando vou continuar esperando.

sábado, 10 de outubro de 2009

Amigos não precisam ser iguais. A graça de tudo está nas diferenças. Eu não preciso pensar e agir igualzinho a você pra que nossa amizade dê certo. Você não precisa ter os mesmo valores que eu para que eu te considere meu amigo. Eu sempre vivi sob esse pensamento, com essas idéias. Nunca exigi que meus amigos tivessem as opiniões iguais às minhas, porque as pessoas simplesmente são diferentes. Tiveram criações diferentes, experiências distintas. O caráter de cada um é formado de um jeito, que nem sempre é o mesmo.

E olha que eu já relevei muita falta de caráter. Falta de ética então, nem se fala. Já acobertei muita burrada, já corrigi muita coisa para que os problemas não caíssem nas costas de quem realmente merecia. Já defendi pessoas quando elas estavam mais erradas. Já briguei por causas das quais eu não acreditava. E o preço que se paga por isso? Bom, eu sempre soube, não posso me enganar. É a indiferença. Porque pessoas que não vêem a vida sob essa ótica, não sabem dar valor a nada. Não sabem olhar boas ações nos outros. Para elas, tudo sempre tem um motivo por trás. Ninguém faz nada por pura bondade mesmo. Para essas pessoas, não existe gente boa, só existe gente burra. É, sempre assim, quem faz alguma coisa por que está com vontade, sem querer nada em troca, é burra. Para essas pessoas, o dinheiro é mais importante que tudo. E incrível como elas sempre estão sem ele. Por que será? Essas pessoas, não sabem aprender com os erros, acham que já sabem tudo. São incapazes de admitir que existe muita coisa aí fora, no mundo, que elas não conhecem. São fechadas. São tristes. Nunca tiveram amigos. E não sabem como tratá-los, quando os têm.

Eu conheci pouquíssimas pessoas assim na minha vida, para falar a verdade. Nos últimos anos, apenas uma, que na tentativa desesperada de sair por cima, acabou atingindo o fundo do poço. Eu perdi só mais uma amizade. Essa pessoa perdeu um dos melhores amigos que ela já teve. Percebem a diferença? Pois é, da sua amizade, eu não preciso mais, nunca mais, GRAÇAS A DEUS!

domingo, 28 de junho de 2009

Só pra não esquecer essa noite

Ontem, 27/06/2009, era pra ser sido uma bosta. Ia ter festa junina da sala, não tinhamos vendido nenhum ingresso, ninguém tava afim de trabalhar... enfim, expectativa zero. Mas, como já aprendi antes, expectativa é uma merda. No fim, a noite saiu melhor do que eu esperava, com três momentos tão inesquecíveis, a ponto de eu ressucitar esse blog só pra escrever como foi e nunca mais esquecer.

Pra começar, como eu disse, a festa não tinha NINGUÉM. Acho que a lotação máxima foi tipo, 12 pessoas. Resolvemos fingir que estavamos n'A Fazenda (ou BBB), naquelas festas onde só os participantes estão presentes. Maaas, como Deus é bom, ele inventou o álcool, e ele salva qualquer noite. Quando eu vi, estavamos no momento marcante número 1. Imagine 10 pessoas, vestidas de caipira, dançando "Um Morto Muito Louco" com passos de Thriller. Foi emocionante, nossa melhor homenagem ao Michael.

Continuamos nessa até umas 23h30 e, depois do Augusto contar sua maravilhosa história do café (em breve no Youtube), resolvemos ir na Rehab, uma baladinha rock/emo/indie que tava rolando no Bola 13. Obviamente, como qualquer pessoa NORMAL, eu e o Augusto fomos de caipira. Esse foi o momento número 2. Chegamos no Bola de calça com retalhos, camisa xadrez, chapéu, bigodinho feito à lapis e dente pintado de preto. O segurança olhou pra gente e perguntou:

- Vocês têm certeza que estão na festa certa?

Fingimos não ouvir e entramos mesmo assim. Galera lá dentro chocada com nossa cara de pau, não sei porque, sendo que 80% do pessoal também tava usando lápis no rosto. Ficamos lá pirando, dançando tipo Ting Tings com passos do Michael. Tá ligado aquele passinho que o MJ fazia, puxando chapéu pra baixo com uma mão e o saco com outra, enquanto gritava "AU"? Tipo, fizemos em todas as músicas. Priceless. Nada como um chapéu de palha (L). Eu já tava tão doido que nem precisei beber lá dentro, o que é um ponto positivo porque devo ter uns 8 reais na carteira até o dia 05.

Na verdade, a culpa de eu ter pouco dinheiro agora tem a ver com o terceiro e último momento foda da noite. Na hora que bateu a bad resolvi ir embora, deixei o Guto lá com a Jenny e segui para onde qualquer pessoa normal iria na minha situação: o drive thru do McDonald's. Que obviamente, estava LOTADO. Fingi que não estava acontecendo nada e entrei na fila dos carros. A pé. Vestido de caipira. Mais bêbado que o Rafael do Polegar. Se Amy Winehouse me visse ela sentiria vergonha. Mas enfim. Segui na fila, ignorando as piadinhas, rindo da maioria (tenho que admitir que o "DEIXOU A CARROÇA NO ESTACIONAMENTO?" vinda do carro de trás foi ótima) até chegar na cabine. A atendente obviamente caiu na risada quando me viu, desconfio que o meu bigode já estava todo borrado. Ela tentou segurar mas eu falei "tá, vai, pode rir", ai ficamos amigos.

Mentira, nem ficamos. Peguei meu Cheddar e vim pra casa, bem feliz, como se eu fosse a pessoa mais sensata do mundo. No caminho encontrei com o meu vizinho do apê do lado, tentei ir mais rápido para não ter que dividir o elevador, porque me bateu a idéia de que seria meio CONSTRANGEDOR, mas não teve jeito, o viado é rápido também. No fim, cheguei em casa, comi assistindo Greek (tenho que ver de novo porque não lembro de porra nenhuma) e fui dormir.

Pra quem tava esperando a noite mais FAIL da história, foi bem bacana até.