A vida antes
dos 25 estava tão boa. O emprego era dos sonhos, mas com as realidades
inevitáveis. O salário era baixo, mas dava para viver. Na conta, um amor
gostoso, daqueles que você acha que nunca vai acontecer.
Até que tudo começou a desmoronar. Não sei bem quando e como foi, mas foi aos poucos, sem que eu pudesse perceber. A paranoia – sempre ela – começa a corroer devagarinho, até que quando você se toca, ela já tomou conta do peito.
Até que tudo começou a desmoronar. Não sei bem quando e como foi, mas foi aos poucos, sem que eu pudesse perceber. A paranoia – sempre ela – começa a corroer devagarinho, até que quando você se toca, ela já tomou conta do peito.
Será que o trabalho é bom mesmo? Será que é isso que eu quero? Será que o amor é mesmo para a vida inteira? Ou será que é uma ilusão?
O sentimento
no peito, aquela angústia ruim (existe boa?), faz com que a gente comece a
repensar o que vale a pena. Vale a pena continuar só porque “parece certo?”. Ou
é melhor se arriscar e tentar algo novo?
O cômodo é
tão bom. Até que fica ruim.
E quando
fica ruim a gente não sabe o que fazer. Porque largar o que está funcionando
(será?)? Ou porque continuar insistindo no que um dia foi bom, mas agora nem
tanto?
Existem
fases. E todas elas têm a sua beleza. As tensas são as que mais nos ensinam.
Mas eu não queria aprender agora. Eu só queria viver um pouquinho mais o que
era bom.
Mas já que não
me foi permitido, vou tentar encarar de frente tudo isso. Não tem muito que
fazer. Nunca fui de “give in to the blues”. É importante ficar triste às vezes,
mas não dá para se acomodar com a tristeza. Mesmo porque até ela fica boa
quando fica cômoda. E, convenhamos, tristeza nenhuma é coisa boa.
Eu só espero
paciência dos que estão à minha volta. Sabe quando você sabe que está sendo uma
pessoa difícil? E mesmo assim não consegue melhorar?
Eu sei que
estou difícil. Eu sei que é complicado continuar ao meu lado. Eu sei.
E dói saber
que estou incomodando. Logo eu, que sempre escolho a poltrona do corredor no
ônibus só para não incomodar o passageiro ao lado quando quiser levantar para
ir ao banheiro. Logo eu que odeio, com todas as forças, incomodar. Logo eu estou
um saco.
Mas eu me
aguentaria. Assim como eu aguento (não sei se é bem essa palavra, mas enfim)
aqueles que amo e que estão passando por uma barra também. Eu só espero que
tenham a mesma compaixão, amor e paciência comigo. Se não, paciência.
Falta menos
de um mês para o meu aniversário. Alguns diriam que isso tudo é culpa do
inferno astral. Pode até ser, sabe? É bom pensar nisso. Significa que depois do
dia 18 de outubro, depois dos 25, tudo volta a ser bom de novo.
Mas que
besteira, né?
Não existe
essa bobagem de inferno astral.
(mas eu vou
ficar melhor, eu prometo isso a mim mesmo).